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Cientistas identificam genoma de parasita transmissor da malária
Cientistas identificam genoma de parasita transmissor da malária
Efe – 08/10/2008
Pesquisadores do Hospital Clínico de Barcelona informaram hoje que conseguiram identificar o genoma do Plasmodium vivax, um dos parasitas que transmitem a malária.
Pedro Alonso, responsável da equipe espanhola, explicou que o Plasmodium vivax, é, ao lado do Plasmodium falciparum, o mais infeccioso e perigoso dos quatro maiores agentes na transmissão da malária.
Os outros dois são o Plasmodium malariae e o Plasmodium ovale, presentes principalmente na África, enquanto o vivax é mais frequente na América do Sul e o Oriente Médio.
Embora a malária provocada pelo Plasmodium vivax seja raramente mortal, esta doença causa problemas para os setores de saúde e economia dos países que sofrem com ela.
Estima-se que este parasita seja o responsável por entre 25% e 40% dos 515 milhões de casos anuais da malária no mundo.
O descobrimento do genoma do Plasmodium vivax, liderado pelo The Institute for Genomic Research (TIGR), e que foi publicado no último número da revista “Nature”, revelou que seu genoma é muito mais parecido com o do Plasmodium falciparum que o esperado.
Segundo a pesquisa, o vivax teria mecanismos alternativos de infecção dos eritrócitos, as células do sangue humano nas quais se cobre e se multiplica o parasita durante seu complexo ciclo vital.
Para os pesquisadores, estas vias alternativas de infecção não tinham sido observadas anteriormente, e que com esta informação genética será possível encontrar formas de combate à malária.
O plasmodium e o vivax podem coexistir em muitas ocasiões, e representam 10% da malária no Brasil e 30% dos casos registrados em Papua Nova Guiné.
No estudo, demonstrou-se que o vivax não é um parasita benigno. Na realidade, causa doenças graves e pode até matar. Foi possível também perceber a sua capacidade de se instalar de uma forma latente no fígado, por anos.