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Disfunção na tireóide exige tratamento por toda a vida
A disfunção na glândula da tireóide, responsável pela produção de hormônios que regulam o funcionamento do organismo, é um problema comum principalmente entre as mulheres.
JORNAL HOJE – 08/10/2008
A magreza repentina acendeu um sinal de alerta para o taxista Marcellus Rodrigues, que de repente se viu com 47 quilos em seus 1,63 metro de altura. “Eu almoço, janto tomo café e vitamina. Como praticamente o dia inteiro e não engordo”, conta. Marcellus procurou um médico e descobriu que tem uma disfunção na tireóide, uma glândula em forma de borboleta que fica na base do pescoço.
Problemas na tireóide são comuns. Em média, afetam cinco em cada 100 homens, no mundo. Entre as mulheres, a porcentagem é bem maior: pelo menos 20% da população feminina sofrem com o mau funcionamento da glândula responsável pela produção dos hormônios que regulam o organismo humano.
“Todas as funções dos diferentes aparelhos, como o sistema digestivo e o sistema circulatório, dependem de um bom funcionamento da tireóide, inclusive o sistema nervoso central”, explica o médico Antonio Chacras, endocrinologista da Universidade Federal de São Paulo.
Se a glândula produz hormônio demais, o problema é hipertireoidismo; o corpo fica acelerado, como uma máquina desregulada. É caso do taxista Marcellus. “Sinto muita tremedeira e o coração batendo muito forte”, descreve. Ele está controlando a disfunção com um medicamento.
Só o remédio não resolveu o caso da dona de casa Júlia Nunes, que fez terapia com iodo radioativo, um procedimento coberto pelo SUS. “Agora voltei à vida normal. Os sintomas melhoraram, antes o meu coração parecia que ia sair pela boca”, conta.
Se a glândula produz pouco hormônio, fica caracterizado o hipotireoidismo; tudo fica mais lento, o cansaço e o sono aumentam – e o peso também.
A jornalista Sarita Sousa faz reposição hormonal desde os 13 anos, com um comprimido por dia, em jejum. “Acertando a dose, você tem uma vida completamente normal”, garante.
O médico Antônio Chacras explica que o tratamento de hipo ou hipertireoidismo é simples, mas é para toda vida. “O paciente sempre terá que fazer um controle da tireóide uma ou duas vezes por ano, para saber se é necessário aumentar ou diminuir a dosagem do remédio”, esclarece.
A publicitária Carolina Zuppardo não descuida dos exames nem da medicação, e por isso garante: “Não é um problema que afeta em nada, até porque o remédio não tem nenhuma restrição. Você pode comer o que quiser, beber o que quiser, levar uma vida normal”.