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Fitch atribui Rating inicial ‘BBB-‘ ao Aché Laboratórios Farmacêuticos

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Fitch atribui Rating inicial ‘BBB-‘ ao Aché Laboratórios Farmacêuticos

1 de dezembro de 2012

A Fitch Ratings atribuiu, dia 6 de Fevereiro de 2012, os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) de Longo Prazo em Moeda Estrangeira e Local ‘BBB-‘ (BBB menos) e o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ (AA mais (bra)) ao Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. (Aché). A Perspectiva dos ratings é Estável.

Os ratings grau de investimento do Aché refletem sua estrutura de capital bastante forte; seu histórico de robusta geração operacional de caixa e fluxos de caixa livre positivos, sustentados por sua relevante posição de negócios no mercado brasileiro; além da liderança da empresa no segmento de prescrição médica. Os ratings também incorporam a expectativa da Fitch de que a companhia manterá sua estratégia financeira conservadora com uma estrutura de capital desalavancada, aliada à sólida posição de liquidez. Os fortes fundamentos do setor farmacêutico no Brasil e sua perspectiva favorável também estão contemplados nas classificações.

Os ratings são limitados pelos constantes desafios relacionados à manutenção da participação de mercado do Aché num ambiente de forte e crescente concorrência, que reflete a presença de grandes competidores globais, com escala significativamente superior e maiores recursos financeiros. Também estão incorporados aos ratings a expectativa de acirrada concorrência no segmento de medicamentos genéricos, no qual deve se concentrar o crescimento do mercado brasileiro nos próximos anos. A necessidade de constante inovação de medicamentos e o ambiente bastante regulado do setor também são riscos relevantes.

Sólido Perfil de Negócios em Ambiente de Acirrada Competição
O Aché tem uma marca sólida e reconhecida na indústria farmacêutica brasileira. Sua carteira de produtos diversificada, sua liderança no segmento de prescrição médica e sua presença nos segmentos de genéricos, de medicamentos isentos de prescrição e de dermocosméticos, que apresentam melhores oportunidades de crescimento, sustentam sua forte posição na indústria. O Aché é o quarto maior laboratório no país, em termos de receita bruta, e detém uma das maiores forças de vendas no mercado nacional, o que lhe confere vantagens competitivas frente a seus pares. As margens da companhia são fortes e estáveis, apesar do desafio de operar em um ambiente de elevada competição, com farmacêuticas multinacionais.

Como outras companhias farmacêuticas de mercados emergentes, o Aché apresenta um pipeline de projetos de pesquisa e desenvolvimento mais restrito, em comparação com as multinacionais do setor, e detém um portfólio de produtos patenteados mais fraco. Por outro lado, sua exposição ao vencimento de licenças de comercialização e produção é baixa: apenas 15% de sua receita, aproximadamente, derivam destes produtos. A empresa tem envidado esforços permanentes na inovação e na renovação de sua carteira de produtos e investe cerca de 10% de sua geração de caixa operacional em pesquisa e desenvolvimento. Entretanto, lançamentos de novos medicamentos deverão representar somente cerca de 4% e 8% das receitas do laboratório em 2011 e 2012, respectivamente. 

Desafio de Manter Rentabilidade Frente à Crescente Concorrência
A Fitch acredita que a expertise de operação do Aché na indústria brasileira e sua forte base de distribuição deverão mitigar parcialmente as ameaças de aumento da concorrência, mas a empresa deverá apresentar crescimento inferior ao de seus pares. A decisão estratégica de expansão dos negócios da companhia no segmento de genéricos deverá acarretar perda moderada de suas margens operacionais, em razão da menor rentabilidade deste segmento. O crescimento dos negócios do Aché representa um importante desafio, uma vez que a companhia precisará ser eficiente em equilibrar a expansão no segmento de genéricos enquanto continua desenvolvendo um portfólio de produtos de marca, com o objetivo de manter suas margens e sua forte presença de mercado.

No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2011, as receitas líquidas e o EBITDA do Aché alcançaram BRL1,4 bilhão e BRL432 milhões, respectivamente frente aos BRL1,2 bilhão e BRL393 milhões registrados em 2009. A margem de EBITDA foi de 31,7%, em comparação com a média de 32,5% nos últimos dois anos. Isto indica uma queda moderada da rentabilidade, porém acima da média da indústria. Os recursos das operações (FFO) e o fluxo de caixa das operações (CFFO) permaneceram robustos, totalizando BRL417 milhões e BRL462 milhões, respectivamente, em 30 de setembro de 2011.

Consistente Geração de Fluxo de Caixa Livre
O Aché apresenta um histórico de sólida geração de fluxo de caixa livre (FCF) positivo após dividendos e investimentos. Entre 2007 e 2010, a empresa gerou um FCF médio de BRL168 milhões e a distribuição de dividendos atingiu BRL139 milhões, em média, no período. Nos últimos dois anos, o Aché elevou a distribuição de dividendos para sustentar oportunidades de negócios adicionais de seus acionistas controladores. Ao todo, foram pagos BRL409 milhões entre 2009 e 2010. Esta forte política de distribuição de dividendos se apoia principalmente no forte fluxo de caixa operacional e na estrutura de capital desalavancada da empresa. A Fitch espera que, em um cenário mais desafiador, a companhia utilize uma política de dividendos mais conservadora, a fim de elevar sua flexibilidade financeira e sustentar sua conservadora estrutura de capital. No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2011, o Aché gerou BRL138 milhões de FCF, ainda que tenha distribuído dividendos de BRL260 milhões.

Estrutura de Capital Desalavancada e Robusta Liquidez
Historicamente, o Aché tem mantido baixos índices de alavancagem e seus indicadores de crédito permanecem bastante fortes. Segundo estimativas da Fitch, o índice dívida líquida /EBITDA deve se posicionar abaixo de 1,0 vez em 2012. Nos últimos cinco anos, a alavancagem média do Aché, medida pelo índice dívida total/recursos das operações (FFO), foi de 0,8 vez, enquanto o indicador dívida líquida/EBITDA foi negativo ou abaixo de 0,5 vez. No período de 12 meses encerrado em setembro de 2011, a liquidez, somada à geração de caixa operacional (caixa + CFFO), cobria acima de 4,5 vezes a dívida total da companhia. Em 30 de setembro de 2011, o Aché possuía BRL557 milhões em caixa e aplicações financeiras e a dívida total era de BRL213 milhões. Cerca de 82% da dívida total da empresa se referem a empréstimos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), utilizados para financiar a aquisição da Biosintética, em 2005, para a expansão do parque industrial do laboratório e para vários projetos de pesquisa e desenvolvimento. Fatores de Evolução do Rating 

Um rebaixamento dos ratings do Aché ocorreria, provavelmente, no caso de uma grande aquisição financiada por dívida, que afastasse a estrutura de capital da empresa dos patamares aceitáveis para sua categoria de rating e para seu risco de negócio. Uma deterioração significativa da reputação de sua marca e de sua geração de caixa ou um substancial enfraquecimento da participação de mercado da companhia na indústria farmacêutica brasileira também poderiam contribuir para o rebaixamento das classificações. Tendo em vista os desafios do ambiente competitivo, a Fitch considera improvável um aumento dos ratings a curto ou médio prazos.

Fonte: http://www.fitchratings.com.br/