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O laboratório Aché, a terceira maior farmacêutica nacional, concluiu a compra de 50% da Melcon, instalada em Anápolis, em Goiás. A companhia entra no disputado mercado de hormônios, em franco crescimento dentro e fora do país, e faz parte do seleto grupo de empresas do setor que decidiu voltar seus investimentos para o território goiano, Estado que em menos de um ano atraiu laboratórios como a americana Pfizer, que adquiriu 40% da Teuto, e a Hypermarcas, que arrebatou a NeoQuímica.
A aquisição da Melcon é considerada estratégica para o Aché, que também está na disputa pelo laboratório nacional Mantecorp. “Já estávamos em negociação para que a Melcon terceirizasse alguns produtos para o Aché. Agora, vamos discutir o desenvolvimento de novos medicamentos com eles”, afirmou José Ricardo Mendes da Silva, principal executivo da farmacêutica. Sobre o Mantecorp, Silva não comenta. O executivo também não informou o valor que envolveu a compra dos 50% de participação no laboratório goiano.
A Melcon tem o perfil da maioria das farmacêuticas instaladas na região de Anápolis – de pequeno e médio portes e grande potencial para serem consolidados. Esse laboratório terceiriza a produção de alguns medicamentos para outras empresas do setor, entre elas a NeoQuímica. Com uma produção mensal em torno de 3,5 milhões de unidades, ou aproximadamente 50 milhões de comprimidos, a empresa é uma das poucas do país habilitadas para a produção de medicamentos hormonais. Para o Aché, interessa nesse primeiro momento a disputa pelo segmento de hormônios femininos. “Temos planos de desenvolver produtos voltados para a área de oncologia”, afirmou Silva.
Com faturamento bruto em torno de R$ 2,1 bilhões em 2009, o Aché projeta crescimento entre 10% e 15% para este ano. Com duas fábricas, uma na capital paulista e outra em Guarulhos, na Grande São Paulo, o laboratório deverá investir na ampliação de suas unidades em operação e tem planos de ir à bolsa.
Controlado pelas famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri e um portfólio com cerca de 250 marcas, o Aché faz parte do grupo de grandes consolidadores nacionais. Em 2003, o laboratório incorporou a farmacêutica alemã Asta Médica do Brasil. Dois anos depois, fez sua mais importante aquisição no país, a Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos.
As negociações envolvendo a Mantecorp são mantidas sob sigilo. Nessa operação, o Aché poderá fazer parceria para produtos ou adquirir uma fatia da empresa, segundo fontes. Silva limitou-se a dizer que a empresa sempre analisa novos negócios e “oportunidades são voltadas para os pequenos e médios laboratórios”.
Fonte:
Valor Econômico – Mônica Scaramuzzo